January

Janeiro foi certamente um mês intenso. Uma montanha russa emocional monstruosa, que me trouxe uma certa iluminação em alguns aspectos. Uma virada de ano passada no computador por motivos de força maior, e até certo ponto por vontade minha também, cheia de esperança, de gritos de guerra, de promessas feitas, de juras subentendidas. Dois dias é o que foi necessário pra por quase tudo por terra, mas... Eu saí vivo, e de olhos abertos, de certa forma sob efeito paliativo da mudança que está por vir. É algo intrigante, essa mudança. Por um lado, eu penso estar depositando esperança demais em algo que depende de alguém limitado como eu. Por outro, noto que as mudanças que desejo dependem quase que exclusivamente de mim, o que levanta inúmeras possibilidades, muitas delas boas demais para não levantar tamanha expectativa. Ou talvez eu só esteja inventando tudo isso pra não ter que admitir que meu sofrimento tem como fonte minha inimiga de longa data: a solidão. Não sei. Sei que no sábado estarei partindo rumo a um meio para um fim desejado tão profundamente quanto se pode desejar. E que vou suar e sangrar para que se torne realidade. Não que eu tenha tanta força de vontade, não mesmo. É necessidade. Necessidade de agir pra não continuar vivendo como tenho feito.