Vai saber. Eu não vou.

O que é viver? Pergunta cheia de armadilhas, essa. Descrever algo que por si só envolve uma gama sem fim de situações e sensações completamente distintas. De alegrias imensas, de frustrações colossais, de situações em que ambas são quase dependentes uma da outra. Algo que varia tanto de pessoa para pessoa só pode ser definida de uma forma: Viver é se sentir vivo. Aí mora o desafio. A trilha guardada por um infinito de armadilhas, o caminho onde nem todos os obstáculos podem ser derrotados. Que guarda o tesouro que procuro há tanto tempo, vide minha curta descrição ao lado: a razão para sorrir sem motivos, conhecida por outros como felicidade. Eu não vou mentir, eu tenho medo do que procuro, mas não tem problema... O medo faz a gente se preparar melhor. Ou não.

Eu não sei se devo reclamar ou não. O fato é que eu ainda não sei o que fazer, minha ficha não caiu. Eu recebi o poder que queria, eu abri possibilidades anteriormente não existentes, eu adquiri a necessidade de ser responsável que tanto queria... Ainda assim, minha resposta para "O que é viver?" se mostra um tanto distante da realidade. Qualquer um poderia dizer que é uma questão de tempo, e talvez o seja, mas provavelmente não. Existe o fator Eu, sempre existiu, e ele ainda não foi corrigido, apenas remendado. O fator que me faz hesitar antes de uma decisão, que me faz abrir mão de uma escolha por medo de mudanças. A solidão começa novamente a dar marteladas em minhas falanges, trazendo à tona um Daniel que não gostaria de existir. Ou ele sempre existiu e eu não sei. Vai saber. Talvez eu precise que alguém mate esse meu medo de arriscar, e minha mania esquisita de abortar um desafio antes mesmo de desafiá-lo. Talvez eu precise matar esse Daniel sozinho. Vai saber.