sexta-feira, 30 de março de 2012
Sexta a noite, estou sozinho aqui, ouvindo música boa e comendo bolo (e provavelmente algumas formigas). Engraçado como ficar sozinho desperta tantas sensações distintas. Vai de viajar na letra daquela música que você tá ouvindo a toda altura, até ficar com medo do terrível demônio que espera no corredor cujas luzes esqueci de acender. E entre um devaneio e outro, entre uma ida à lua e uma caminhada à geladeira (e essas são realmente desprovidas de sentido), passa pelas minhas rodovias sinápticas uma multidão de mensagens que questionam minha identidade. Pra ser sincero, as vezes não sei mesmo quem sou. Acho que alguém que guarda rancor não-se-sabe-onde, só para jogá-lo na cara da próxima pessoa que me estoure a paciência. Que se acha inteligente mas que tem preguiça de tomar iniciativa, que quase não lê por preguiça, que esquece do que estava falando após ser interrompido. Ou talvez eu só não saiba como eu estou, QUEM estou. Se estou satisfeito. Minha vida não é nada ruim, nem de longe. Mas ao mesmo tempo, sinto um vazio tão indecifrável, uma sensação de estar condenado a uma situação que nem mesmo sei identificar... Talvez eu devesse descobrir. Melhor que dormir e esperar que o incômodo passe.
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Hail, Yeshua! Como já dizia João Cabral de Melo Neto: "Escrever é estar no extremo de si mesmo."
ResponderExcluirBom ler você de novo, meu amigo!