sábado, 20 de novembro de 2010

Nanobiografia de um micróbio gigantesco

Tive uma infância, acima de tudo, chata. Peculiar em alguns aspectos, porém chata. Talvez eu seja assim por ter caído de cabeça da beliche quando tinha menos de dois anos. Vai saber. Tirando o fato de ter aprendido a ler aos 2 anos e meio, até os 7 minha infância foi um tanto mais próxima do normal. Eu gostava de futebol, corria muito, era um menino bem cheio de energia. Começando meus estudos numa escolinha meio que precária, não precisei cursar o segundo período da alfabetização, o que me rendeu um ano de "vantagem" (que estou prestes a perder). Depois da alfabetização, sob recomendação psicológica, mudei de escola. E sem querer puxar a sardinha pro meu lado, fui para a melhor escola da cidade, em minha opinião. Empolgado com o maior grau de dificuldade, cresci muito, apesar de que, por algum motivo misterioso, cheguei à sexta série sem saber dividir (haha). O que mudou mesmo foi minha maneira de ver as coisas. Nunca tive dinheiro, e passei a conviver com pessoas privilegiadas financeiramente. Esse conceito se firmou em minha mente rapidamente, o de TER. Junto com ele, uma semente plantada pela idiotice: pela primeira vez me sentia inferior aos outros, meu complexo deu seus primeiros passos. Enquanto escrevo esse texto, noto que eu sempre fiz parte do grupo dos "estranhos". Sempre fui visto como o menino inteligente-cabeçudo-estranho. Amizades, só carrego uma, desde os 9 anos de idade. Alguns se tornaram meros conhecidos, outros sumiram  de vez... Nunca me importei o bastante para sofrer com isso, Sempre achei que não precisaria jamais de ninguém. Parece idiotice falar isso quando estou falando de minha infância, mas eu nunca tive um sonho, uma meta. Até os 17 anos, vivi por viver (e sou muito feliz por ter tido bom senso suficiente para estudar, aprender e tirar boas notas), carregando o peso da timidez causada pelo meu complexo de inferioridade que desenvolvi. A partir dos 14, a solidão começou a incomodar, e graças à timidez, só comecei a falar razoavelmente com as pessoas após começar a usar a internet. Era um verdadeiro deficiente social. Quase que totalmente sozinho no mundo, era distante até de meus pais.
O bom senso de que me gabei anteriormente me deu capacidade de basicamente entrar em qualquer curso que eu quisesse cursar, mas eu não sabia o que queria. Nunca soube. Eu tinha, então, duas opções, pela praticidade de ter familia por perto: UFPE ou UNIVASF. Por não ter ideia do que queria, obviamente tomei a escolha mais fácil: ficar em casa, cursar na UNIVASF. Fiquei em Petrolina e descobri minha primeira razão de viver em Recife: meu primeiro compromisso real com alguém. Graças a ela, percebi que eu "ainda tinha cura", que a vida podia ser legal. Claro, nada foi perfeito, dada ao nivel de interação social ao qual eu estava acostumado. Tive que aprender a pensar no outro, a deixar de ser mesquinho, a me entregar por inteiro. Aprendi a dar carinho, e que isto é também minha maior carência. Que quando ela é suprida, eu me torno outra pessoa. Infelizmente, que mesmo quando as coisas parecem ser perfeitas, elas podem dar errado sim. Nunca estive preparado para perdê-la, foi demais para mim. Entrei em depressão, perdi peso, desempenho acadêmico, vontade de viver. Achei que jamais tornaria a gostar de alguém, doce engano. Tive mais e mais decepções, haha. Decidi então descobrir outra razão para viver, e notei que não me encaixava no lugar onde vivo. Me sinto deslocado em meio a uma cultura tão fechada, então resolvi que devia sair, voltei meus focos a Recife. Uma cidade grande implica em maior variedade cultural, maiores chances de achar oportunidades de me sentir "incluído", além de ver na mudança melhores oportunidades no âmbito profissional. No entanto, continuei me sentindo solitário. Lonely and unimportant. Esse sentimento ja teve seus momentos de baixa e de alta... Mas estou prestes a partir, continuo solitário, e corroído aos poucos por esse sentimento. Espero um dia me sentir realizado, e ter um sentimento recíproco uma vez na vida ao menos, pois isso nunca tive.

3 comentários:

  1. Má que microbim maisi biito! :*
    Almo eu fico tão tristinha quando vejo vc tristim, não gosto quando cê fica assim. Eu torço tanto e peço tanto a Deus (sim, eu peço) para que vc encontre seu caminho! Quero tanto te ver todo felizão =D.
    Vc é excelente almo! :*
    Mó orgulho de te ter como almo gêmeo! kkk.
    Te amo!
    :* da sua almitcha.

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  2. O maior defeito de alguns seres humanos é não enxergar o que ele tem do seu lado, as vezes queremos tanto uma coisa, ficamos tão obsecados em consegui-las , que ela está do nosso lado e por nossa própria culpa não a enxergamos!

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  3. don't worry, be happy (8)

    dan rlx cuz' all the little things, gonna be alright (8)

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